Brasília, 25 – Até 2014, o governo federal vai levar água de beber a todos os moradores do Semiárido inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e que ainda não tem acesso à água de qualidade. Desde 2003, as ações de acesso à água na região ganharam prioridade, atendendo a uma demanda histórica da sociedade brasileira. Naquele ano, começou a ser executada, com apoio do governo federal, uma política de implementação de cisternas para captação e armazenamento de água. Uma solução simples, de baixo custo e amplamente difundida que vem mudando as condições de vida das famílias que vivem no Semiárido.
Com o Plano Brasil Sem Miséria, o Programa Cisternas do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) ganhou maior visibilidade, já que garantir o acesso à água para consumo humano no Semiárido é uma das metas para superar a extrema pobreza. Este compromisso ganhou força com o lançamento do Programa Água para Todos, em 2011, o que implicou aumento de parceiros, tecnologias sociais e recursos disponíveis, no qual o Programa Cisternas está inserido.
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos, fala sobre o verdadeiro significado de levar água às pessoas que mais necessitam.
O que significa universalizar o acesso à água para consumo humano no Semiárido?
Arnoldo de Campos: Significa levar dignidade aos brasileiros que lá vivem e possuem acesso precário ou não têm acesso à água de qualidade. A demanda por água é histórica no Semiárido, região que vive períodos longos de estiagem como o de agora. No caso do Ministério do MDS, que participa do esforço do Água para Todos, programa criado em 2011 no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria com o compromisso da universalização, a tecnologia empregada é a cisterna de placa, que vem se mostrando uma experiência extremamente bem-sucedida.
O que representa para uma família do Semiárido ter uma cisterna?
AC: Significa mais autonomia, menor dependência. Significa a possibilidade de convivência com o Semiárido. Significa ter mais chances de não precisar migrar. Uma cisterna pode abastecer uma família de cinco pessoas durante sete, oito meses, com água para beber, preparar e cozinhar alimentos e fazer a higiene básica durante o período de estiagem, garantindo pelo menos a segurança alimentar e nutricional no domicílio.
Quantas cisternas serão construídas no Semiárido?
AC: O compromisso do governo federal é levar água para beber, até 2014, a todas as famílias da área rural do Semiárido que constam do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. No lançamento do Plano Brasil Sem Miséria, estimamos que precisaríamos implementar cerca de 750 mil cisternas para a universalização. Nosso compromisso é atender a todos. Por isso, são tão importantes as ações complementares como a busca ativa, para incluir no Cadastro Único aquelas famílias que ainda estão.
Quais as perspectivas para outras regiões?
AC: Já iniciamos a expansão das nossas ações de água para outras regiões como o Sul e o Norte, que não necessariamente implementarão cisternas de placas. Outras tecnologias poderão ser adotadas, mais adaptadas às localidades. O Programa Cisternas também construiu mais de 19 mil tecnologias de captação e armazenamento de água para a produção que beneficiaram cerca de 26 mil famílias de agricultores. São microbarragens, barragens subterrâneas, bombas populares, tanque de pedras, cisternas-calçadão, entre outras, que permitem às famílias manter suas atividades produtivas mesmo no período de estiagem. Ao longo de 2011 e 2012, foram contratadas mais de 90 mil tecnologias, das quais mais de 85 mil no Semiárido. Somente em 2012 foram investido nessa ação R$ 440 milhões.
Ascom/MDS
