sábado, 12 de março de 2011

Terremoto arrasa Japão e deixa famílias da Paraíba em desespero

 
Terremoto arrasa Japão e deixa famílias da Paraíba em desespero
Paraibanos que moram no Japão continuam em alerta, após o forte terremoto de magnitude 8,9 que atingiu, ontem, a costa nordeste do país. Quem está do outro lado do mundo teme novas consequências do tsunami, causado pelo tremor que foi o sétimo pior da história. A funcionária pública Lilla Ferreira, logo que soube do desastre, ligou para a irmã, que mora no país há 14 anos. “Falamos rápido pelo celular, ela me disse que estava bem, mas o alerta era total”, explicou. Até ontem não havia informações de vítimas brasileiras. O abalo alcançou áreas da cidade de Sendai, a principal do arquipélago japonês. Até o fechamento desta edição a informação oficial era de 331 mortos e 88 mil desabrigados. terremoto de 8.9 graus na escala Richter.

Por telefone, Akio e Gorette Diniz Takizdawa disseram que o clima é tenso, demonstrando medo. Eles estavam em casa no momento do tremor e ficaram desesperados. “Estamos bem, mas o Japão não está”, lamentou Gorette, durante telefonema à irmã Lilla. “Minha sobrinha foi com as crianças para casa de Gorette por ser mais seguro, estão todos juntos”, declarou a funcionária pública, acrescentando que já fez vários contatos com a família para manter a certeza de que a situação está sob controle. A família mora na cidade japonesa de Kurashiki, localizada na província de Okayama.

O que, de certa forma, minimiza os riscos é o fato dos moradores receberem treinamento e possuírem o kit terremoto”, afirmou a paraibana, lembrando que a prefeitura orienta os moradores sobre como reagir em caso de terremoto. Ontem, o embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, informou que vivem no país cerca de 254 mil brasileiros e que poucos moram na área afetada. Segundo ele, a maioria dos brasileiros mora ao sul da ilha, onde o abalo foi mais leve. Os brasileiros se concentram nas províncias onde estão as montadoras de veículos: Aichi, Shizuoka, Gifu, Mie e Guma. O tsunami provocou ondas de até dez metros.

A presidente da Associação Paraibana Brasil-Japão em João Pessoa, Alice Satomi, disse que está acompanhando todos os casos de paraibanos que têm família no país onde houve a tragédia. “Um dos primeiros imigrantes, Akio Ossato, está apavorado pois seus parentes moram próximo da área atingida pelo tsunami”, explicou. Akio chegou à Paraíba no último dia 3 e deixou os familiares no Japão. Abalado, ele não quis falar com a imprensa.

O pastor Iraquitan Tunoda que morou 12 anos no Japão tem parentes na província de Chiba-ken, região que foi atingida pelo tsunami. Ele está apreensivo pois a esposa que é japonesa e mora em João Pessoa, Yoshie Tunoda, tem duas irmãs na localidade. “Não temos notícias delas. Acreditamos que possam estar vivas, mas é difícil. A região onde moram e trabalham foi totalmente destruída”, relatou. A família já tentou contato por telefone e pela internet, mas não teve êxito.

Segundo o pastor Iraquitan, cerca de 17 mil brasileiros vivem na província Chiba-ken. A maioria trabalha em um estaleiro que fica na região. Ele contou que a população tem mais medo do tsunami do que terremoto. “Assim que ocorre um terremoto de grandes proporções, sirenes ensurdecedoras alertam a população sobre o risco de tsunami. Também todos os meios de comunicação informam do risco e a polícia coloca viaturas nas ruas para orientar a população. Quando morei no Japão vi vários alertas, mas nenhum teve a proporção do que aconteceu na madrugada de hoje (ontem)”, contou Tunoda.

A esposa de Iraquitan ainda bastante abalada precisou ser medicada. As três filhas pequenas do casal, duas delas nascidas no Japão, ficaram bastante abaladas com a tragédia. “Elas choram muito e lamentam a possível perda de amigos e parentes”, disse Iraquitan Tunoda. Iraquitan contou que que de madrugada recebeu um telefonema falando do terremoto. “Ainda de madrugada recebeu um telefonema de um amigo que está no Japão pedindo orações porque houve um intenso terremoto. Na ocasião, não tinha dimensão da tragédia. Tomei conhecimento quando estava em um fila do Detran e vi as imagens pela TV. Foi muito triste”, narrou.

Olinda Muranaka e Geraldo Santos também têm parentes no Japão. No início da noite de ontem, eles conseguiram se comunicar pela internet com a irmã de Muranaka. “Ela contou que o abalo foi muito forte e o susto provocado pelo terremoto foi muito intenso. Ainda estão assustados, mas estão bem”, contou Muranaka que ainda não recebeu notícias de um outro irmão e de vários primos. Eles moram na região montanhosa na região de Tóquio.

Quem tiver familiares ou amigos no Japão pode obter informações através da embaixada brasileira pelo e-mail comunidade@abrasemb.or.jp ou pelo telefone 00 XX 81 3 3404 5211. A preferência é que o contato seja feito por e-mail, para evitar congestionamento na linha. O site da embaixada é http://www.brasemb.or.jp.

Jornal da Paraíba

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