São
apenas indícios, apesar de fortíssimos, a apreensão do dinheiro feito
pela PF no comitê financeiro do candidato Ricardo Coutinho. Este foi um
dos muitos episódios que sinalizam para as práticas tão ao gosto do
candidato impugnado ao Senado, Cássio Cunha Lima, useiro e vezeiro em
crimes eleitorais, que resultaram, inclusive, na cassação do seu
mandato.Os fatos registrados no primeiro turno podem até não se constituírem provas, mas que comprovam as semelhanças de identidade entre Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima é inegável. Nunca um novo tão anunciado se pareceu tanto com um velho conhecido como estes dois aliados e os fatos abundantes nesta campanha evidenciam que eles são mais parecidos do que supunha a nossa vã sabedoria.
Ocorreram episódios nesta campanha, onde o poder do dinheiro que circulou nos bastidores e subterrâneos ficou constatado. Tal a enxurrada que causou assombro pela desfaçatez com que foi empregado muitas das vezes de forma insolente na presença de fiscais da Justiça Eleitoral, como narram muitos dos advogados da Coligação Paraíba Unida.
É lamentável que mais uma eleição caminhe para um mesmo desfecho: os tribunais eleitorais. Mas isso é conseqüência da complacência da Legislação que permite a participação de candidatos impugnados descompromissados com a moralidade e a ética, capazes de qualquer atentado contra a lisura do pleito.
Já está nas mãos do presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), desembargador Genésio Gomes Filho, todas as diligências realizadas pela Polícia Federal (PF) após a operação feita no Comitê Financeiro do então candidato a governador Ricardo Coutinho (PSB) que resultou na apreensão de aproximadamente R$ 39 mil.
De acordo com o delegado da PF, Derly Brasileiro, o TRE requisitou três averiguações para o caso.
A primeira delas foi o “espelhamento” do computador apreendido que consiste na cópia de todos os arquivos contidos na máquina. Segundo Derly Brasileiro, a cópia é necessária para uma possível perícia no futuro.
A segunda providência tomada pela PF foi se certificar da autenticidade do dinheiro apreendido, um valor de aproximadamente R$ 39 mil. Segundo o delegado, essa é uma praxe comum adotada pela PF para identificar os números de séries das cédulas.
O escaneamento de todos os documentos apreendidos no Comitê Financeiro de Ricardo Coutinho foi a última diligência feita pela PF.
O delegado Derly Brasileiro esclareceu que o TRE ainda não requisitou a instauração de um inquérito para apurar o caso.
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