Nota do jornalista, após sofrer ataque de racismo, Daniel Motta.
Acabo de chegar de Pipa, o paraíso ao qual me reservei durante o fim de semana. Juntei dinheiro o ano todo para usufruir das minhas tão esperadas férias. Foi o máximo. Me diverti muito. Me dei ao luxo de desligar celular, evitei ficar muito tempo acessando facebook ou qualquer outra rede social, afinal queria aproveitar cada instante daquele lugar com intensidade. Foi mágico. As primeiras fotos que meu amigo Marcos, fez de mim, eu decidi postar na minha página. Depois, resolvi não mais acessar . Fui passear de catamarã, ver os golfinhos, a maré... Foi muito bom. Revitalizei! Em um determinado momento, quando estava almoçando com amigos, recebi uma mensagem via whatsapp,para que observasse comentários no facebook, em uma das minhas fotos. A princípio, não quis perder meu tempo com isso e só abri o face a noite, quando parei para refletir sobre a referida postagem de um colega jornalista, ao qual nunca desrespeitei. No começo reagi normalmente e encarei como uma brincadeira. De mau gosto, claro, mas uma brincadeira. Foi assim que eu vi. Resolvi que não me manifestaria sobre o assunto, porque inocentemente, achei tudo aquilo irrelevante. Mas, ao chegar em Campina Grande, fui bombardeado com um monte de informações. Amigos e pessoas que nunca vi, revoltados com a tal postagem 'racista'. O que era irrelevante passou a ser visto por mim, como indignação ao saber que além de tudo, estou sendo acusado de ter provocado a situação. Alegaram que eu estou querendo mídia. Mas como? Eu não ofendi ninguém. Eu não falei de ninguém. Eu estava curtindo minhas férias, de direito e sem tempo pra picuinhas. Jamais teria coragem de criar uma situação constrangedora como essa, para 'aparecer'. Não sou desse tipo. Não busco aparecer em cima dos outros, como é o costume de 'alguns' jornalistas. Nunca precisei disso. Procuro fazer meu trabalho o melhor possível, porque é dele que retiro meu sustento. Meus pais, pobres agricultores analfabetos, não me ensinaram essas coisas não. Respeito ao próximo sempre foi o maior ensinamento que eles me deram. Ter força e coragem para lutar e conseguir o que almejo, também. Nunca precisei de 'pistolão' e apadrinhamentos para conseguir alguma coisa. Nunca fiz contendas e dei pressão em quem quer que seja, para ter algo. Sempre procurei ser honesto em tudo que faço. Mas enfim, o que mais me magoa não é saber que fui vítima de racismo. Mas de saber que estou sendo acusado de me aproveitar do trágico, para ter 'mídia'. Agradeço a todos os amigos, colegas de profissão e das pessoas que não conheço, que se indignaram com o fato. Paz e bem!